Um dia *

Um dia vais estar sozinho, vais fechar os olhos e tudo estará negro. Os números da tua agenda vão passar-te claramente à frente mas não vais ter nenhum para marcar. A tua boca vai tentar chamar alguém, mas não há ninguém solidário o bastante para sair a correr p'ra te dar 1 abraço, 1 colo, ou acariciar os teus cabelos até que o Mundo deixe de girar. Nessa fracção de segundos, quando os teus pés se perderem do chão, vais lembrar-te da minha ternura e do meu sorriso infantil.

Virão subitamente memórias muito boas dos meus abraços e beijos, da minha preocupação contigo e no rádio só algumas músicas vão passar repetidamente : as nossas!

Num outro momento vais sentir 1 aperto no peito, uma falha na respiração e vais desejar com todas as forças que o nosso mundinho volte, para teres essa possibilidade de novo. Isto chama-se saudade, aquilo que eu sentia tanto e de que tanto te falava.

E quando, finalmente, marcares o meu número ele vai estar ocupado demais, ou já nem será o mesmo, ou talvez eu não te queira atender mais. E, se bateres à minha porta, ela vai estar trancada, ou então, se estiver aberta vai mostrar só uma casa vazia. Os teus olhos vão-te ensinar o que são lágrimas, aquilo que eu te disse que ardia tanto. Vais sentir 1 enjôo chamado arrependimento e a falta de fome que terás chama-se tristeza.

Então, quando os dias passarem e eu não te ligar, quando ninguém te olhar com os meus olhos cheios de carinho...vais encontrar a tão famosa solidão.

Provavelmente o remédio para todas estas sensações é o tal tempo de que tu tanto falavas e dizias que não tinhas.

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Porque eu detesto pessoas que não têm tempo para perceber os sentimentos daqueles que as rodeiam.

P.S.- adaptado de um texto original retirado da Internet sem referência a autor.

Sílvia*