domingo, 15 de agosto de 2010

Lavanda



Os meus olhos fitam o tecto. O tecto branco trabalhado no centro. O cheiro de lavanda chega-me ao nariz. Sim, a mesma fragância daquele dia. Naquele dia o sol brlhava, mas uma brisa fresca e dominante embalava as plantas libertando um cheiro a lavanda. Apenas estavamos nós naquele campo perfumado. De frente um para o outro, após tanto tempo sem falar. Após todo o tempo que me ignoraste. Nada falei, nem nada comecei. Não era eu quem o deveria fazer. Mas sim tu. Falaste por fim, enquanto, o vento embalava os nossos cabelos. Disseste que querias que tudo fosse como dantes. Sim, como antes de eu ter sido sincera. De te ter dito o que sentia, ao contrário de ti, que tudo fizeste para que não soubesse que sentias o mesmo. Assenti na altura porque pensei que estivesses a ser verdadeiro. Que realmente sentias a minha falta, que afinal ainda algo poderia ser construído. Mas como me enganei. Nos primeiros tempos falamos e tentamos colar os pedaços dos nossos bons momentos. Porém, só o tempo acabaria por revelar que nada mudara. Continuas o mesmo, a tua atitude persiste. E a minha dor também. A esperança persiste enquanto, choro. Esperando que com as minhas lágrimas, este sentimento evapore.

Nuna*

2 pessoas escreveram assim:

Gerson Viana disse...

Gosto do cheiro a lavanda ;)

Nuna disse...

sim, cheira bem ^^