Recordo com imenso carinho e até com alguma saudade o tempo em que tudo se desenrolou. Ainda hoje não sei bem o que se passou, mas agradeço por ter acontecido. Agradeço por ter conseguido ver através da tua carapaça chamada timidez. De me encantar pelo teu sorriso tão meigo e genuíno, que surgia com tanta naturalidade a cada piada parva minha. Sou grata pelo teu olhar atento mas ao mesmo tempo distraído. Um olhar castanho avelã que se prendeu no meu de uma forma estranha mas prazerosa. Da tua voz com um sotaque engraçado que desde logo fiquei fã.
Tenho saudades daquele tempo em que ambos sentíamos o mesmo mas camuflávamos habilmente com medo que o outro não sentisse o mesmo. Daquele tempo em que percebíamos exactamente as indirectas um do outro mas dizíamos apenas que não percebíamos. Da altura em que me elogiaste pela primeira vez e não pude conter as mil e uma manchas escarlate no meu rosto, nem impedir que um sorriso parvo inunda-se o meu rosto. Da altura em que me contaste que tinhas algo para falar comigo e fiquei impaciente á espera. E quando chegou o dia quase desmaiei quando te tinha ao meu lado. Mas quando os teus lábios macios tocaram nos meus, num beijo apressado mas terno, tudo o que tinha tentado negar, apesar de todos estes sinais fez demasiado sentido para conseguir negar mais uma vez....Estamos a construir algo incrivelmente bom e por vezes tenho receio de que tudo possa acabar. Mas isso é apenas o meu ser duvidoso e humano, pois o que temos está edificado sobre algo forte e assim sendo, sou apenas parva por temer.
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