Às vezes, quando estamos a conversar, e tu me elogias ou me fazes
caír numa ratoeira e eu digo "Oh, cala-te!" o que eu quero mesmo é dizer que já me davas mas é um beijo. Mas não tenho coragem porque tenho medo da tua reacção e então digo só para te calares.
Há outras situações, em que te digo que não redondamente, quando me perguntas se gosto de alguém, ou se quero estar contigo. O que eu quero mesmo dizer é que gosto, e muito. Mas depois não vou saber falar de ti contigo e então não digo. O que eu quero mesmo dizer quando digo que não quero estar contigo é que quero, quero mais que tudo, mas preciso que me transmitas uma plena segurança de que vai ser tipo filme, de que vai estar tudo perfeitamente feito como eu idealizei, sim, eu idealizei. Mas depois acho que é estúpido pedir-te que me assegures o que quer que seja e como tenho medo que me mandes dar uma volta não digo.
Às vezes quando digo que gosto de ti , como amigo, e depois fico sem saber o que dizer mais é porque o que eu queria mesmo dizer era que gosto muito mais de ti do que pensas, até mais do que queria. Mas não digo porque acho que se vai estragar tudo e prefiro a tua amizade a um amor falhado.
Às vezes quando digo que estou triste, ou que não me apetece falar sobre isso, não é bem verdade, o que quero mesmo dizer é que queria poder ficar no teu abraço e contar-te tudo o que me vai na alma mas como tenho algum medo que me digas que já estou a pedir muito, não digo, troco só de assunto.
Às vezes gostava de ter coragem de dizer que este texto é precisamente sobre ti mas não tenho e então, na remota possibilidade de tu achares que é pra ti, eu digo só que não.
É um texto totalmente aleatório ,p
Sílvia*